15 janeiro 2014

Ensino e trabalho em Portugal

O problema da economia portuguesa está à muito identificado porém os lobbies não permitem que esse problema seja corrigido.

Há uma política governamental de copiar a forma como se faz política noutros países. A verdade é que tem-se copiado o que está errado.

Um bom sistema de educação e aprendizagem é a melhor forma de se fazer crescer a economia de determinado país, para além de ser a melhor forma de se atrair gente jovem.

Em determinados países do mundo, o sistema de aprendizagem para a profissão que mais tem sido implementado, e com sucesso, é o sistema de aprendizagem em alternância. Neste sistema o aluno/formando tem formação teórica em simultâneo com a formação prática desenvolvida em empresas.

Se uma empresa precisar recrutar um conjunto de pessoas e não conseguir encontrar as pessoas com formação adequada, então esta empresa desenvolverá a formação necessária para atribuir as competências às pessoas que irá contratar.

Em Portugal, infelizmente na maioria dos casos, isso não acontece. Nestes casos o custo da formação é atribuído ao trabalhador ou aos diversos sistemas públicos de ensino ou de formação profissional.

O ensino e a formação profissional tem absorvido imensos recursos ao longo dos últimos anos sem que, na prática, a economia venha a ganhar pessoas qualificadas, ou seja, não há aumento de pessoas habilitadas para desenvolver, com qualidade, determinada função.

Nalguns o problema está do lado da forma em como são desenvolvidos os cursos. Os cursos que são desenvolvidos não têm em atenção a necessidade das empresas do concelho em que é desenvolvida a formação. É preciso perceber que, se um concelho é agrário, não faz sentido desenvolver cursos de informática avançada. Se as pessoas querem aprender informática podem pagar a uma empresa de formação e então farão o curso. Nessa localização, o que interessará é promover cursos de teor agrário.

Noutros locais serão outras as atividades mais necessárias. As empresas devem ser envolvidas e só deverão ser abertos cursos tendo em conta a área e as necessidades ou abundância de pessoas formadas em determinada área.

Se há muitas pessoas desempregadas com formação em calçado não faz nenhum sentido o Estado estar a custear formação nessa área.

Quando falamos de ser o Estado a desenvolver a formação, a discussão tem que ser voltada para a ideia de que em Portugal não há nenhuma organização política que medeie entre o poder estatal e o poder autárquico. Teria muito interesse pensar na Regionalização pois seria mais uma forma de desenvolvimento da economia local. A tutela de todo o sistema público de educação deveria estar do lado do poder regional e isso só acontece com a regionalização. Na falta de melhor solução, deverá ser pensada a possibilidade de transferir essas competências para as autarquias.

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