23 junho 2014

COMBUSTÍVEIS ● mudança de paradigma

Com as crescentes oscilações no mercado dos combustíveis fósseis percebe-se o interesse de voltar a este assunto.

Os combustíveis fosseis têm, para além da problemática da origem da matéria-prima – normalmente provêm de países em conflito quase permanente – e do transporte que terá que ser feito por mar ou por gasodutos e oleodutos. Estas condutas subterrâneas de transporte desta matéria-prima de origem fóssil é, muitas vezes, foco de conflitos territoriais, o que leva, também, à instabilidade na entrega desta matéria-prima, logo a aumentos de preços.

Assim, como se percebe, todos nós deveremos voltar-nos para os combustíveis não fósseis e, sobretudo, para aqueles que são produzidos através de fontes de energia renováveis.

É por isso que importa afirmar perante vós que eu sou a favor da implementação de novas políticas públicas no sentido de persuadir as empresas de transportes públicos (autocarros e táxis) para a troca do material rolante por um que permita efetuar o mesmo tipo de serviço mas que utilize fontes de energias renováveis, permitindo assim baixar os preços do serviço prestado e entusiasmar as pessoas, que ainda não podem mudar de veículo para um que utilize este tipo de fonte de energia, a fazer uso, preferencial, deste eco-serviço de mobilidade.

Importa ainda destacar, sobretudo, as vantagens dos carros elétricos:

➘ Não poluem o meio ambiente;

➘ São silenciosos (pode não ser sempre uma vantagem);

➘ Têm menores custos de manutenção, havendo um aumento de tempo entre manutenções;

➘ Não pagam imposto de circulação;

➘ Reaproveitam energia;

➘ Proporcionam uma condução agradável.

É importante então lembrar 2 conceitos de transportes elétricos que importa potenciar em Portugal:

Mobi.e – Rede de carregamento inteligente, presente em todo o território nacional e acessível por todos os utilizadores. Centrada no utilizador e compatível com todas as marcas de veículos.Esta permite repor os níveis de energia, mediante a utilização de um cartão de carregamento.

Civitas – Programa promovido e financiado pela União Europeia, que se destina a fomentar políticas para “um transporte mais limpo e melhor” na cidade, que contribua para melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes, nomeadamente através da redução da poluição gerada pelos transportes, a implementação de medidas de poupança de energia, o respeito pelo meio ambiente e a promoção de um estilo de vida menos dependente do automóvel.

14 junho 2014

PROSTITUIÇÃO ∙ o outro lado da economia

Se todos nós parássemos para pensar perceberíamos que, apesar de muitas pessoas não morrerem de amores por esta atividade profissional ou pelas pessoas que a praticam, a verdade é que ela existe e outras pessoas fazem dela o seu modo de vida, sendo que, apesar de nesta altura, provavelmente, não terem tantos clientes como à uns anos atrás, não deixam de haver clientes.

Conforme se comprova pelo artigo do CM Jornal de 11 de Junho de 2014, a prostituição em Portugal rende cerca de 1,1 mil milhões de euros a cada ano e o estado, por insistir em não criar leis que enquadrem esta atividade profissional como lícita vem perdendo ano após ano muitos milhões de euros de receita fiscal (direta e indireta).

Eu vou mais longe e afirmo que, com uma boa lei e o enquadramento do trabalho precário de índole sexual, muitas pessoas sairiam a ganhar e a economia portuguesa, com certeza, voltaria a crescer e para níveis nunca antes vistos.

Qualquer pessoa que conheça o contexto em que se insere o nosso país, perceberá que as maiores atividades profissionais que existem em Portugal são, para além das atividades clandestinas, os serviços e o turismo. A legalização da prostituição seria, com certeza, o veiculo para impulsionar ainda mais o turismo em Portugal, trazendo para Portugal muitas daquelas pessoas que procuram um lugar seguro para passar férias e em que consigam ter acesso a este setor.

Com o crescente desse tipo de turismo, os profissionais da área seriam forçados a aprender a falar outras línguas – neste caso os professores de línguas ganhariam um novo mercado no ensino.

Com uma boa lei, os enfermeiros desempregados neste país, deixariam de o ser. Passariam a ser eles a cuidar da realização da recolha de sangue para realização das análises clinicas de índole mensal, obrigatórias, para todos os profissionais deste setor, bem como, seriam estes a ponte entre estes profissionais e o corpo clinico local destinado a acompanhar estes profissionais.

Além da parte clinica, a parte da higienização do local de trabalho quer teria que, mensalmente, ser subtido a higienização profunda, realizada por empresa certificada para o serviço.

Através das minhas ideias, poderão perceber a abrangência da legalização desta atividade, potencializando a criação de novos espaços com mais condições e até, por si só, levando ao afastamento dos profissionais da rua e dos apartamentos, locais que hoje ocupam a maior fatia deste mercado.

Os bares com preços de valor acrescentado e consumo mínimo, incluindo os ligados a este tipo de atividade, passariam a ser mais uma fonte de colheita pois seriam taxados corretamente e a estes seria aplicada a taxa de IVA máxima por lei.

Finalmente, para averiguação do cumprimento da área fiscal, defendo a criação da Polícia Fiscal (PF) – organização que recrutaria desempregados com o ensino secundário ou equivalente e formação na área das contas (contabilidade, gestão ou outra do tipo) – permitindo com pouco dinheiro gasto em salários aumentar a colheita fiscal e diminuir a taxa de desemprego existente em Portugal. A PF dependeria do Ministério das Finanças e teria estatuto policial, sendo vista como um ramo autónomo da PSP, não podendo nenhum quadro da PSP ser transferido para a PF mas trabalhariam em conjunto nalgumas das rusgas realizadas.

10 junho 2014

Mobilidade inteligente e eficiente

Quando paro para pensar sobre a mobilidade sempre me vem à ideia duas coisas:

➊ O fomento do transporte ferroviário;

➋ A complementaridade do próprio transporte ferroviário.

Sabe-se que a maioria das cidades não estão preparadas para o transporte ferroviário mas que apresentam condições para que se possa promover a utilização de minibus, utilizando a tecnologia CIVITAS.

É por isso que batalho. Onde há possibilidade de implementação ou melhoramento da ferrovia, deve-se investir nela. Onde não há ferrovia deve-se investir na complementaridade da existente, utilizando nas estradas nacionais os minibus que a conseguirão. É claro que terão que haver muitos horários, quer no minibus, quer nos comboios, para que se possa, cada vez mais, garantir aos passageiros a eficiência de um transporte público que antes só era conseguida através ao automóvel próprio ou táxi.

E podem dizer que será o fim da utilização dos táxis pois aí eu respondo que não. Os táxis vão a todo o lado e os minibus não. Os minibus terão como função terminar com as frotas dos atuais autocarros nas deslocações de carreira, deixando apenas o lugar desses autocarros para viagens de longa distância (expressos, excursões, etc.), bem como, potenciar a utilização da ferrovia (intercidades).

Em Portugal, os expressos nos autocarros vão continuar a concorrer com o alfa-pendular. Essa é a ideia e algumas empresas até podem assustar-se mas só ficarão a perder as empresas de automóveis que ainda insistam em fabricar veículos com a utilização exclusiva de combustíveis fósseis.

01 junho 2014

Le Pen e o futuro da UE

Marine Le Pen

Será a visão de Le Pen tão grave assim?

Destruir esta UE será assim tão mau? Eu penso que poderemos levar a Le Pen a ser a pessoa certa no lugar certo. Acredito que Le Pen pode fazer na UE aquilo que François Hollande, antes de ser eleito, prometia fazer e acabou não fazendo.

Os políticos, aqueles que atualmente se encontram no poder, precisam perceber que esta UE não é aquela UE que se pretendia quando se deu início ao processo que a ela levou. A UE que existe hoje nada tem a ver com a CECA que deu origem à CEE e que depois serviu como base da UE que não é esta. Essa UE de então era uma UE que se preocupava com os países mais pobres e que percebia que só tendo todos os países fortes e ao mesmo nível é que se poderia aspirar a ter uma real união.

Hoje percebe-se que esse projeto europeu falhou.

A verdade é que é preciso voltar uns passos atrás, àquele momento de transição da CEE para UE e perceber que estando na UE, os problemas económicos de cada país têm que ser assumidos como um problema de toda a união e não obrigarem a que sejam o(s) país(es) em crise a ter que se ajustar. A verdade é que todos os países deveriam perceber que se falhou na UE ao nível da formação de mão-de-obra especializada, por exemplo. Falhou-se quando não se pensou que era preciso haver políticas semelhantes entre os países mais ricos e os países mais pobres da UE; falhou-se quando se esqueceram que deveria ser criado um Salário Mínimo da UE de forma a que os ordenados entre os diversos países da UE fossem semelhantes e, com isso, equilibrado fosse também o custo de mão-de-obra na UE. E estaria aqui muito mais tempo a dizer o que falhou na UE.

Mas quero dizer o que resultou, também. O que resultou foi que, chegada a esta altura, ainda há alguém como Le Pen que parece conseguir desafiar o sistema.

E eu, apesar de não ser da sua área política, percebo que ela pode mesmo ajudar a conseguir-se, se se trabalhar bem na Europa, algo que jamais se conseguiria sem uma pessoa como ela a tentar destruir algo que, em tempos, fora tão belo e mágico.

Pretendo mudanças, muitas mudanças mas também quero desejar uma longa vida para a UE.

Comentário ao artigo "Quero destruir a União Europeia, não a Europa" in Expresso