28 maio 2014

Portugal “For Sale”?

Um assunto que ainda está na ordem do dia são as constantes privatizações realizadas pelo Governo Português.

Se, por um lado, eu sou a favor da gestão profissional e privada nas empresas, de forma a que estas sejam rentáveis, por outro sou contra a necessidade da venda de empresas que são viáveis, quer ao nível do negócio em si (ex. TAP), quer ao nível do interesse político-social da empresa (ex. Águas de Portugal). Neste sentido já se tornava necessário avançar com este assunto no PodeOpinar.

A verdade é que já desde o tempo de António Borges que Portugal vem vendendo o país e tentando vender tudo o que dá lucro. E só o que não pode vender mesmo é que não vende (ex. Caixa Geral de Depósitos).

A Águas de Portugal (AdP) é a empresa que mais se fala que se deve privatizar mas neste caso não é porque a Águas de Portugal, atualmente seja rentável, mas é porque se for um privado a conta poderá aumentar e ninguém poderá ser criticado. O problema da AdP e do défice de algumas empresas municipais de distribuição de água é o facto das obras de colocação de condutas não terem sido bem planeadas nem realizadas, ou seja, muitas vezes foram abertas as estradas uma e outra vez por falhas no planeamento. Neste sentido, o investimento terá que ser amortizado ao longo do tempo e esta amortização contém dívida resultante da falha de autarcas e engenheiros responsáveis pelas obras.

Outras empresas que dão lucro como são o caso da TAP e doutras já privatizadas como CTT, EDP e, já mais longinquamente da PT, deveriam ter sido privatizadas mas com algum cuidado. Hoje, ao nível das telecomunicações, os preços são mais elevados que noutros países da UE e, é por isso, que devemos repensar as ideias para privatizações futuras. Os portugueses não devem andar a enriquecer ninguém; estes devem apenas pagar pelo serviço – custo efetivo e não custo agravado.